Quando fingir é a única opção viável para aqueles que acreditam em um FALSO AMOR… POR IARA FONSECA. fica difícil trilhar um caminho de luz e tomar certas decisões importantes! Mas não podemos desistir!
Fingir passou a ser a roupagem que a “galera” veste antes de qualquer atitude, antes de qualquer palavra, antes de mais nada!
É, fingir se tornou mesmo a couraça de proteção para muita gente!
Pessoas acordam, vestem suas melhores roupas, maquiam seus reais sentimentos, engolem seus sapos diários, e saem para a vida esperando coisas, mas nem sabem ao certo o que realmente podem esperar das outras pessoas que vão encontrar.
Algumas já perderam as esperanças e deixam os dias passarem, falam coisas apenas para agradar, e parecem que só esperam mesmo, a vida acabar.
Outros, não sabem o que querem mas acham que sabem!
Querem mais do que podem e o melhor que possa existir, mas não entendem nem como, e nem por qual motivo, aquilo tudo os fariam verdadeiramente felizes.
Andam tão perdidos por aí, sofrendo por não saberem lidar com as emoções que brotam feito água em suas nascentes que não andam nada cristalina.
Diferente da natureza sábia, que faz brotar do solo as maiores riquezas que existem, caminhamos produzindo águas insalubres e enxergando tudo meio turvo, dentro de nós, e nos outros.
Artistas depressivos aprenderam que a arte pode expressar o que eles ainda precisam fingir. Mesmo criar vem se tornando obrigação e não uma inspiração que vem do fundo!
Na sociedade obstinada, os operários seguem se virando com o maquinário e com as ferramentas que dispõem. E na dúvida, agarram os equipamentos de proteção imaginários, que os fazem fingidos profissionais, colocam suas mascaras e seguem em frente.
No chão, as “formigas” carregam o mais pesado fardo! Mas quando olham para o céu, percebem uma luz entre as nuvens, sentem uns raios tímidos de esperança, e percebem as borboletas coreografando uma bela dança enquanto trabalham, anunciando que existe muito mais entre o céu e a Terra do que podem imaginar suas crenças limitantes.
Assim mesmo, sem saber ao certo o sentido disso tudo, as “formigas” continuam a trabalhar, dia após dia, e o trabalho só aumenta!
E elas acreditam que é assim mesmo que tudo deve ser! Por acreditarem que merecem isso, não encontram outra saída para esse labirinto! É isso que acontece quando se entra nele, desavisadamente.
Esgotadas, ao cair a noite, poetizam no aguardo da bem aventurança.
Mas algumas rebeldes, inconformadas com o fingimento desse mundo, alcançam um destinatário ainda desconhecido daqueles que fingem ser o que não são.
Aprendem a estabelecer conexões mais positivas, menos industrializadas, e desvinculadas dos rebanhos hipnotizados dos criadores perversos.
Conseguem parar de fingir por alguns instantes e acessar AQUELE que os sente ainda vivos, mas que sabe que, muitos por aqui, se encontram mortos em um corpo ativo, e com uma mente completamente sabotadora.
O sofrimento emocional é aliviado a cada falsa alegria que consomem enlouquecidamente.
As amizades são moedas de trocas efêmeras, e por isso, fingir os tornam cada vez mais solitários.
Vender uma felicidade falsa fascina os corações inclinados ao que pouco importa.
Comprar sonhos que evaporam, na entrada de cada nova estação, transformam todos em uma massa de manobra!
Todos!
Porém, poucos admitem isso! Mas a maioria que adora fingir diria: “Eu estou certo”! E acusam os outros de serem massa de manobra, nunca eles!
E os que já entendem a situação que se encontram, os que já sabem que todos estão sendo manipulados, infelizmente, não encontram corações dispostos na ajuda fraterna.
Porque o sentido da amizade e da colaboração, da compaixão e da caridade evaporou junto ao forte movimento “do novo” por um novo criador, em seu novo personagem.
Cada um que se sente ofendido, injustiçado, malogrado, aceita a posição de inquisidor ao acusar o outro de ser o que ele próprio é. E poucos estão dispostos a reforma íntima!
E assim a banda vai tocando, as pessoas se acusando, o mundo inteiro desafinando, e a gente aceitando.
Porque aos olhos daqueles que fingem ser quem não são para receber aquilo que nem eles sabem se querem, a vida é assim mesmo.
Mas será que eles sabem como a vida realmente é? Ou simplesmente acham que a vida é, como eles próprios acham que são e não são!
Com tanto fingimento nesse mundo fica difícil saber quem está falando a verdade, não é mesmo?
E esse fingir inveteradamente virou uma epidemia que vem matando muitos pelo mundo a fora.
E ninguém entende por qual motivo!
Nas minha divagações entendi que as pessoas sofrem porque fingem ser quem não são, e a vida real exige autenticidade!
É extremamente difícil ter que caminhar por uma luz falsa, onde olhamos e não enxergamos nenhuma verdade, ou nunca saberemos quem está falando a verdade!
Porque percebo que a verdade nesse mundo é facilmente manipulada, ardilosamente comprada, e frequentemente vendida!
Em um mundo onde todos querem ganhar e poucos sabem perder, mestres, sábios, professores, trabalhadores, e minorias são tratados como escória, rebaixados a posições de servidores escravos, que falam para paredes surdas e insensíveis!
Ser jogado de lado como imprestável é de enlouquecer qualquer um!
Ignorantes, boçais, predadores irracionais e temperamentais à séculos ocupam os governos do mundo, os cargos de poder das empresas multimilionárias, e estão por todos os cantos, sedentos de poder!
Gananciosos, seguem rindo pelos cotovelos, ofertando nas redes uma falsa alegria alimentada pela tristeza “do resto” da população carente.
E a dor avassaladora se instala como epidemia, mas infelizmente, não há vacina capaz de extinguir essa praga!
Pessoas perdem os sentidos, se descontrolam, e caem em um estado de tristeza sem precedentes.
Mas a maioria prefere fingir e diz não se importar com isso!
Mesmo aqueles que sofrem!
Antidepressivos são vendidos como balinhas inofensivas! E o que que tem? Não é mesmo? Vamos continuar fingindo que está tudo bem!
Quando fingir se torna comum em uma sociedade, a autenticidade acaba sendo denominada: loucura!
Sentir passa a ser sinal de fraqueza!
Amar passa a ser sinônimo de posse e mais uma possibilidade de controle.
Quando fingir se torna comum a todos, fica difícil tomar certas decisões importantes, já que mesmo os poucos autênticos que existem, se encontram reclusos e pensativos, e não sabem mais quem está falando a verdade!
Quando não sabemos quem fala a verdade, quando todos fingem, quando todos mentem, aqueles que são naturalmente bons e honestos, se calam, porque não encontram corações que façam eco.
A arte de enganar, persuadir, mentir, e de angariar benefícios apenas para si e para os seus, não exige muito conhecimento, apenas disposição egoísta.
Por isso, hoje percebo que, ser autêntico em um mundo de fingidores profissionais é tarefa para loucos mesmo!
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Loucos cobertos de sanidade, que explodem em amor incontido, que sentem borbulhar injustiças, e que não querem tanto da vida, não tanto a materialidade!
Esses poucos loucos que existem sabem que a verdadeira felicidade mora na bondade, mas desafiam aqueles que não se importam com nada ao expressar a sua “loucura” contagiante.
Quem não consegue fingir nesse mundo acaba ficando louco mesmo! E muitos, por medo de ficarem loucos, passaram a fingir um pouco mais a cada dia.
Mas os que não temem a loucura e acreditam que ela é saudável, sabem que as pessoas só pararão de fingir quando se abrirem para o que verdadeiramente importa, quando admitirem os erros que andam cometendo, e quando aceitarem que apenas o amor é capaz de transformar o que hoje é falso e descartável, em algo verdadeiro e perene.
A maioria das pessoas não começam a fingir porque querem, fingem porque precisam! Fingem porque estão totalmente desconectados da fonte!
Já que falar a verdade pode ser motivo de condenação profunda, não só na sociedade em que vivemos, mas dentro das nossas famílias! E ninguém quer ser condenado, ou sentir que foi condenado, todos querem ser aceitos e amados, não é mesmo? Por isso fingem!
Mas fingir demais acaba levando essas pessoas a desenvolver uma doença silenciosa, doença essa que é bem pior que a loucura dos que são autênticos!
Pois os autênticos, quando se sentem felizes, simplesmente sentem, e entendem a magia que existe em tudo, acolhem o que a vida oferece com gratidão, mesmo sem entender ao certo o sentido da vida!
Por outro lado, os especialistas na arte de fingir, quando acreditam estar felizes, nos raros momentos de esnobe embriagues mental, precisam mostrar imediatamente esse momento para os outros, porém, descobrem após poucos minutos, que aquilo era apenas uma alegria passageira.
Por essas e por outras que prefiro ser taxada de “louca” autêntica e excluída, do que ser fingida e aceita, em uma sociedade que alimenta a tristeza, pois é carente de amor!
“O ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir”. Bob Marley
Sim Bob, o ideal seria que todas as pessoas amassem mais e fingissem menos, muito menos!
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*DA REDAÇÃO RH. Foto de Sydney Sims na Unsplash
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*Escrito por Iara Fonseca.