Adoro falar sozinha. Conversar comigo mesma, me acalma!
Por Iara Fonseca
QUEM ME VÊ FALANDO SOZINHA, PODE ATÉ ME ACHAR LOUCA, MAS NA VERDADE, O QUE PARECE LOUCURA PARA ALGUNS, PARA MIM, É O QUE MANTÉM A MINHA SANIDADE.
No passado, eu desejava ser ouvida, queria ter alguém que se interessasse em saber como eu me sentia, que quisesse confortar a minha dor… Mas esperar essa atitude dos outros, me deixava pior.
Quando criança, eu queria atenção, pedia para olharem para mim, desejava ser vista, mas passava desapercebida por muitos. Comecei a peeceber que eu não seria o centro das atenções muitro cedo, talvez por isso, sentia dificuldade em fazer amigos.
Eu sentia que as crianças não gostavam de mim ou não faziam questão de estar comigo. Eu percebia muitos olhares e falas que soavam como críticas. Muitas vezes, fui motivo de chacotas entre os colegas, mas hoje sei que, no fundo, eu não era compreendida.
Sempre fui diferente das outras crianças Eu gostava de silêncio e solidão, não era divertida e, muitas vezes, nem gostava de brincar.
Com o passar dos anos, fui sentindo a necessidade de ser popular, de me adequar as normas sociais para ser aceita. Comecei a usar do humor para ser percebida. Deixava que rissem de mim, porque, assim, me sentia pertencendo a algo.
Mas mesmo assim, ninguém permanecia muito tempo ao meu lado. Eu ia atrás, queria saber da vida delas, me interessava em ouvir seus problemas, mas a devolutiva não era proporcional. Quando chegava a minha vez de falar, o tempo já tinha corrido e a pessoa ia embora.
Me expecializei na arte de ser “a conselheira” e aprendi a falar sozinha. Mais do que isso, aprendi a ouvir os meus próprios conselhos, a falar palavras motivadoras e acolhedoras para mim mesma e essa prática me salvou de muitas interações abusivas.
Por muito anos, sofri por não sentir o amor das pessoas ao meu redor. Construi uma armadura para não me vitimizar nem me diminuir frente as tantas rejeições que sofri.
Por diversas vezes, aceitei pessoas em minha vida por pura carência afetiva. Me submeti a humilhações e abusos. Recebia muito pouco por meus serviços e abandonei meus sonhos para realizar o sonho dos outros que, nem se quer me agradeceram. Pelo contrário, viram as costas e me culparam pelos erros que eles mesmos cometeram.
Já adulta, resolvi me rebelar contra esse sistema que me punia e me excluia. Parei de fazer questão de certas companhias, voltei a ser aquela criança que preferia estar sozinha com os próprios pensamentos, porém, com um pouco mais de sabedoria.
Hoje é bem fácil me pegar falando sozinha. Conversar comigo mesma, acalma a minha alma, dissolve as minhas dores e me faz perceber o quanto eu já evolui em muitos pontos.
Aprendi a refutar os pensamentos que não me fazem bem e trazer novas persepções sobre fatos passados e presentes.
QUANTO MAIS FALO SOZINHA, MAIS EU ME ENTENDO E ME CONHEÇO!
Pouco tempo depois, sinto que não preciso desabafar com os outros. Já estou aliviada! Agradeço o meu acolhimento e não solto a minha mão!
*DA REDAÇÃO RH. Foto de Austin Wade na Unsplash
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